
No inquérito que realizou, nas as respostas abertas, os professores destacam a referida desigualdade e para tal assinalam, como principais razões, “a falta de apoios, que, para alguns, são absolutamente indispensáveis e, também, as questões de ordem social que, já tendo contornos graves, se tornaram ainda mais problemáticas, com dois milhões de trabalhadores a ficarem em layoff ou no desemprego”, detalha a federação, em comunicado.
Sobre o mencionado desgaste dos professores, que manifestam enorme cansaço, dá nota de que decorre de diversos fatores: “vão desde a necessidade de adaptação a um modelo inédito de atividade até a facto de ser bastante mais complicado, estando distante, acompanhar todos os alunos e satisfazer as necessidades educativas específicas de cada um; contribui, ainda, para este desgaste o facto de a atividade profissional ter tomado conta de todas as horas do dia e, ao invadir a casa de cada professor, dificultar a sua indispensável e saudável separação da vida familiar”.
Com este contexto, os professores foram solidários com os alunos e colocaram ao seu serviço as casas, o computador, a Internet, o telemóvel e, até, a sua privacidade.
“Fizeram-no porque, desde cedo, perceberam que a tutela não estava a fazer a sua parte. Não a de emitir ordens, orientações, circulares, disposições, plataformas ou aplicações, pois essas têm jorrado em cascata, mas a de, atempadamente, criar condições efetivas para o que designou por E@D. Deixou cada um à sua sorte e todos por sua conta”, acusa a federação
A Fenprof veio ainda confirma que, a meio do terceiro período letivo, mais de metade dos docentes ainda não tinha conseguido contactar com todos os seus alunos; apesar disso, mais de dois terços avançaram novos conteúdos curriculares, impelidos que foram pelas direções de algumas escolas e pelo ministério da Educação. De entre esses docentes, avança que é “significativo” o número dos que afirmam não considerar esses conteúdos na avaliação que farão dos seus alunos.
“Conscientes dos défices que se verificarão no final do presente ano letivo, os professores consideram inevitável, em 2020-2021, tê-los em conta, tentar superá-los e reforçar os apoios pedagógicos aos alunos”, reforça.
Quanto ao próximo ano letivo, pelo menos no início, a Fenprof antevê que continue condicionado por medidas de segurança sanitária, com implicação na constituição de turmas, no resguardo de doentes de risco, nos horários dos professores, na higienização de instalações, nas condições de trabalho e de segurança de toda a comunidade escolar, entre outros aspetos que, espera, sejam considerados nos diplomas relativos à constituição de turmas e à organização do ano letivo 2020-2021.
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