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Professora que evitou tragédia maior em Janaúba é sepultada como heroína



Corpo de Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, foi velado sob clima de comoção; ela deixa três filhos

Felipe Resk, Enviado especial de O Estado de S. Paulo a Janaúba (MG)

06 Outubro 2017 | 23h54


JANAÚBA - Em frente ao velório São João Batista, em Janaúba, o sentimento de centenas de pessoas era de tristeza e admiração. Familiares, amigos e trabalhadores comuns se despediram da professora Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, considerada a heroína da tragédia. Foi velada em caixão fechado para não expor as queimaduras que atingiram 90% do seu corpo.
Com 90% do corpo queimado, a professora Heley foi velada com caixão fechado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ela ficou conhecida por ter conseguido salvar boa parte das crianças que estavam na creche Gente Inocente e também lutado contra o vigilante Damião Soares dos Santos, de 50 anos, que provocou o incêndio.


De acordo com testemunhas, Heley tentava socorrer as crianças em meio ao incêndio e à fumaça que tomava a creche, pequena e sem muita ventilação, quando percebeu que o vigilante estava retornando para o local, com mais combustível e um palito de fósforo nas mãos.


Ela amava todas as crianças como se fossem filhas delas. Sem dúvida, ela foi uma heroína
Doralice de Abreu, tia de Heley Batista

A professora tentou impedir o criminoso e os dois chegaram a entrar em luta corporal na unidade. Ambos morreram depois - Santos teve 80% do corpo queimado. A morte de Heley foi confirmada na noite de quinta-feira, 5, por funcionários do hospital onde ela ficou internada, na cidade de Janaúba.



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Tragédia em creche de Janaúba, em MG

Iniciado na manhã desta sexta-feira, 6, o velório da professora se estendeu por horas e o corpo de Heley foi transportado para o cemitério em um carro dos bombeiros, com a presença do prefeito de Janaúba. A atitude da professora foi elogiada por policiais militares e por bombeiros de Minas, que destacaram sua coragem diante da tragédia.

Presente no velório, um representante da Associação de Professores de Escolas Públicas de Minas Gerais afirmou: “Perdemos um bandeira, mas ganhamos um mastro. Ela vai ser para sempre um símbolo da categoria”.

“Ela amava todas as crianças como se fossem filhas delas”, disse a tia da vítima Doralice de Abreu, de 65 anos, que também é professora. “Sem dúvida, ela foi uma heroína.”
Heley deixou outros três filhos, um bebê de um ano e dois adolescentes, além do marido Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Boa parte da família de Heley trabalha em Educação e ela sonhava em dar aula desde criança, segundo familiares. Formada em Administração e Pedagogia, Heley trabalhava em creches há mais de oito anos, mas havia sido empossada recentemente na Gente Inocente, após passar em concurso da cidade.

“Quando assumimos uma sala de aula, damos a vida pelos alunos, mas no sentido figurado. Ela deu, de fato”, afirmou Doralice.

O marido da vítima manteve-se ao lado do caixão o tempo inteiro e recebeu abraços e condolências de todos os presentes. Além dele, Heley deixou três filhos - um bebê de um ano e dois adolescentes.

A madrinha de um dos filhos de Heley, Rejane Rodrigues Brito, lamentou nesta sexta a morte a amiga, nas redes sociais. “Você acaba de descansar, deixando seus filhos, marido, família e amigos. Foi uma heroína no último momento. Nem ao menos pensou em você: só em ajudar esses anjinhos que não sabiam o que era o significado da palavra maldade. Que seus filhos nunca apaguem da memória a mãe heroína que tiveram.”

Segundo familiares, a história de Heley já estava marcada por uma tragédia ocorrida anos atrás. A professora havia perdido um filho, o mais velho, que morreu afogado na piscina de um clube. O caso foi há cerca de uma década, segundo relatos de familiares.

De família muito católica, Heley também dava cursos de noivo - e teria uma aula para ministrar nesta sexta. Os familiares dela, no entanto, disseram que perdoam o agressor. “Talvez ele também tenha sido uma vítima, usada pelo inimigo.”

Entre colegas, Heley era vista com uma pessoa extrovertida, bem-humorada e sempre feliz. “O que levou ela a morrer foi o ato de amor e coragem”, disse a professora Jucilene Santos, de 36 anos, que também trabalha na Gente Inocente.

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