Editora Porto foi acusada nas redes sociais de propor desafios mais fáceis para meninas em livro de atividades. Governo anunciou que iria analisar conteúdo.
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Coletivo feminista fez alerta sobre conteúdo; que foi analisado e criticado por comissão. (Foto: Reprodução/Facebook)
Acusada de promover tratamento desigual para meninos e meninas em Portugual, a Editora Porto anunciou nesta quarta-feira (23) que vai suspender a venda das suas obras infantis criticadas e trabalhar junto com a "Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género" para adequar o conteúdo. As obras tinham sido lançadas em julho de 2016.
A polêmica ocorreu com os livros da série "Bloco de Atividades", da Editora Porto, de Portugal. As obras apresentam desafios lógicos em livros específicos para meninos e para meninas. Coletivos feministas alertaram para que havia diferença de tratamento entre os gêneros, e ilustraram a acusação apontando um labirinto mais complexo para meninos e outro, mais fácil, que constava no livro para meninas.
O coletivo Capazes analizou a publicação como sexista. "Para as mentes brilhantes que o pensaram, meninas e meninos não podem realizar as mesmas actividades e para abrilhantar a coisa, as tarefas das meninas envolvem princesas à procura de coroas em labirintos básicos... já as dos meninos convocam marinheiros à procura de barcos em labirintos mais complexos. Tudo devidamente classificado com Azul e Cor-de-Rosa para que não exista qualquer confusão de género!", escreveu o grupo no Facebook.
A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) criticou a editora. "Esta editora, ao optar por lançar duas publicações com atividades que diferenciam cores, temas e grau de dificuldade para rapazes e raparigas, acentua estereótipos de género que estão na base de desigualdades profundas dos papéis sociais das mulheres e dos homens."
Em nota no Faceboook, a editora anunciou a decisão. "A Porto Editora acolhe a proposta da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género para trabalhar em conjunto com as autoras dos blocos de atividades que originaram a polémica, no sentido de rever os exercícios que possam ser considerados discriminatórios ou desadequados. Para tal, a Porto Editora vai sugerir o agendamento de uma reunião de trabalho com a brevidade possível. Entretanto, a Porto Editora já suspendeu a venda destes livros e vai transmitir às livrarias e demais pontos de venda essa indicação."
Editora nega discriminação e preconceito
Na terça-feira (22), antes de suspender a venda das obras, a editora negou discriminação e preconceito. "Discriminação e preconceito nas nossas edições? Não, de todo", defendeu-se a editora. A empresa diz que a diferença está na ilustração e na abordagem. "Em ambas as edições são trabalhadas as mesmas competências, na mesma sequência e com exercícios semelhantes. A diferença está na ilustração e na abordagem artística que as diferentes ilustradoras fizeram. E se há um exemplo em que o exercício no caso das meninas é aparentemente mais fácil, há vários outros em que os exercícios são aparentemente mais difíceis, como se pode ver nas imagens que acompanham este texto."
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Exemplo de atividade utilizada pela Editora Porto para negar tratamento desigual entre meninos e meninas (Foto: Divulgação)
INFORMAÇÃO RETIRADA DO SITE: https://g1.globo.com/educacao/noticia/apos-polemica-sobre-genero-editora-suspende-livro-e-vai-revisar-conteudo-mais-facil-para-meninas.ghtml
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